Culinária bem executada resulta em spaetzle perfeito e sobremesa divina.
Em se tratando de gastronomia é comum associar palavras em francês à ideia de sofisticação. Confit, réchaud, vol-au-vent, tudo parece ser “très chic”. Talvez por isso, num primeiro momento, a palavra “bistrot” remeta a um lugar requintado quando, na verdade, designa um restaurante pequeno e despretensioso, muitas vezes familiar, típico da França. O Otto Bistrot é exatamente isso, despretensioso e pequeno, com o bom atendimento típico do Brasil e uma comida saborosa. Comi bem, com gosto e prazer. E ainda reafirmei a lição aprendida há tempos, de que a verdadeira sofisticação está no primor da simplicidade.
Reserva
Liguei de manhã e fiz a reserva para o almoço, sem problemas, para meio dia e meia. Não houve nenhuma solicitação de horário por ser Restaurant Week. Todos os contatos estão no site, www.ottobistrot.com
Atendimento e ambiente
O sobrado com ar familiar antecipa a simpatia do atendimento. Tem-se a impressão de estar chegando em casa para almoçar. Na parede do bistrot, a lousa com os pratos do dia escritos a giz, “comme il faut” (como de costume).
O menu do Restaurant Week é fechado. A garçonete mostrou uma prancheta decorada com um bouquet de flores e o menu, composto por entrada, prato quente e sobremesa. Aceitei e liguei o radar. Na mesa ao lado duas garotas conversavam sobre o poder do Twitter, a rede social do momento. Um rapaz almoçava sozinho como eu, na mesa à minha frente. Ao lado, dois jovens de vinte e poucos anos decidiam o que comer. Arriscando um palpite, eu diria que a população do Otto é moderna e descolada. A música ambiente me fez rir pensando que eu estava em uma espécie de bistrot cubano, um dos típicos 'paladares'.
A comida é muito gostosa. A salada simples estava bem temperada e as duas pequenas bruschettas (espécie de torrada coberta por tomate temperado e em pedacinhos) bem quentinhas, crocantes e deliciosamente recobertas. O prato principal demorou 15 minutos, conforme avisado. Mas veio bem quente e com um aroma que abriu o apetite. O spaetzle, uma espécie de massa caseira disforme feita de farinha e cozida em água quente, com pedaços de lombo na cerveja, estava perfeito. A cebola vitrificada e durinha, a salsinha marcando presença constante, o molho cheio de segredos, tudo coberto com bom queijo parmesão. Na hora matei a charada do Restaurant Week: um desafio para o bom chef, que precisa preparar algo criativo, gostoso, surpreendente, que impressione o cliente sem dar prejuízo para o restaurante.
Para encerrar, uma sobremesa divina, que supera qualquer descrição. Só indo lá e comendo mesmo. Certeza que voltarei.
Por Rosana Herman do site R7 (08/03/2010).
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